Tire todas as suas dúvidas sobre o consumo de leite neste período
Durante a gravidez e a amamentação, o corpo da mulher usa mais calorias, conserva energia e precisa de mais vitaminas e minerais para trabalhar de forma mais eficiente e conseguir direcionar nutrientes para o bebê, mas não é preciso comer por dois – isso é um mito que, por muitos anos, vem nos acompanhando (1-3)!1-3
O que é essencial nesse período é o consumo balanceado de nutrientes, sendo necessário um aumento no consumo de alimentos com alto valor nutricional para suprir as necessidades da mulher e ainda oferecer nutrientes importantes para o crescimento e desenvolvimento saudável do feto.4-5
O leite é um ótimo exemplo de um alimento que pode auxiliar a saúde das gestantes e lactantes, por ser um alimento fonte de proteínas, cálcio, além de conter outras vitaminas e minerais em sua composição (6-8).
Na gestação, o consumo de leite pode trazer benefícios relacionados à redução da incidência de diabetes, hipertensão e outras doenças metabólicas, e ajuda no fornecimento de alguns nutrientes que merecem destaque nessa fase:
- Proteínas: formação da placenta, crescimento dos tecidos do útero e desenvolvimento e crescimento do feto (9-10).
- Cálcio: importante para o desenvolvimento dos ossos e dos dentes do bebê(11-13).
- Zinco: pode ajudar no bom funcionamento do sistema imunológico e no desenvolvimento neurológico do bebê(14,15).
Durante esse período, o consumo inadequado de alguns nutrientes pode afetar a saúde materna, o desenvolvimento fetal, assim como trazer possíveis riscos a longo prazo ao recém-nascido. Por isso, é fundamental que as necessidades nutricionais nesse período sejam atingidas (16).
Durante a amamentação, o cenário é parecido, pois se o consumo de alimentos ricos em nutrientes não acontecer de forma adequada, isso pode influenciar de forma negativa o estado nutricional da mãe e impactar o processo amamentação. Por isso, o leite pode ser considerado um aliado nesta fase, pois pode auxiliar (6-8):
- No fornecimento de energia e nutrientes
- Na hidratação, já que a lactante deve ingerir pelo menos 2 litros de água por dia, e o leite possui 87% de água natural do alimento em sua composição, o que, consequentemente, pode contribuir para produção de leite materno.
Então, podemos dizer que o leite é um alimento seguro e que pode trazer benefícios para as mulheres na fase de gestação e amamentação. Mas vale lembrar que em situações específicas, como intolerâncias e alergias individuais, as mamães devem ser orientadas e acompanhadas por um profissional da saúde, que levará em consideração as necessidades nutricionais individuais e as condições de saúde para uma intervenção adequada (6,17). No caso de uma criança com diagnóstico de Alergia e Proteína do Leite de Vaca (APLV) por exemplo, a lactante não deve consumir nenhum tipo de leite, derivados ou alimentos que contenham leite em sua composição (18).
Referências
1.Plećas D, Plesinac S, Kontić Vucinić O. Nutrition in pregnancy: basic principles and recommendations. Srp Arh Celok Lek. 2014;142(1-2):125-130.
2. Henriksen T. Nutrition and pregnancy outcome. Nutr Rev. 2006;64(5 Pt 2):S19-S91.
3. Melere C et al. Índice de alimentação saudável para gestantes: adaptação para uso em gestantes brasileiras. Revista de Saúde Pública. 2013; 47(1): 20-28.
4. Brantsæter AL, Olafsdottir AS, Forsum E, Olsen SF, Thorsdottir I. Does milk and dairy consumption during pregnancy influence fetal growth and infant birth weight? A systematic literature review. Food Nutr Res. 2012; 56:10.3402/fnr.v56i0.20050.
5. Koletzko B, Cetin I, Brenna JT, et al. Dietary fat intakes for pregnant and lactating women. Br J Nutr. 2007;98(5):873-877.
6. Sociedade Brasileira de Nutrição, 2015. A importância do consumo de leite no atual cenário nutricional brasileiro. Disponível em: http://sban.cloudpainel.com.br/source/SBAN_Importancia-do-consumo-de-leite.pdf. Acesso em: 10 de novembro de 2023.
7. Food and Agriculture Organization. Milk and dairy products in human nutrition. Rome: FAO; 2013.
8. Kaiser L, Allen LH: Position of the American Dietetic Association: nutrition and lifestyle for a healthy pregnancy outcome. J. Am. Diet. Assoc. 2008; 108(3), 553–561.
9. Sacks, D.A. Determinants of fetal growth. Curr Diab Rep. 2004; 4, 281–287.
10. Shapira N. Prenatal Nutrition: a Critical Window of Opportunity for Mother and Child. Women’s Health. 2008;4(6):639-656.
11. Rozenberg S, Body JJ, Bruyère O, et al. Effects of Dairy Products Consumption on Health: Benefits and Beliefs–A Commentary from the Belgian Bone Club and the European Society for Clinical and Economic Aspects of Osteoporosis, Osteoarthritis and Musculoskeletal Diseases. Calcif Tissue Int. 2016;98(1):1-17.
12. Ribeiro AG, Mill JG, Matos SMA, Velasquez-Melendez G, Cade NV, Molina M del CB. Associações entre consumo de produtos lácteos, proteína C-reativa e perfil lipídico em adultos: resultados do ELSA-Brasil. Cad Saúde Pública [Internet]. 2020;36(1):e00028019.
13. Meads CA, Cnossen JS, Meher S, et al: Methods of prediction and prevention of pre-eclampsia: systematic reviews of accuracy and effectiveness literature with economic modeling. Health Technol. Assess. 2008; 12(6): 1–270.
14. de Escobar GM, Obregon MJ, del Rey FE: Iodine deficiency and brain development in the first half of pregnancy. Public Health Nutr. 2007; 10(12A): 1554–1570.
15. Torrejon CS, Castillo-Duran C, Hertrampf ED, Ruz M: Zinc and iron nutrition in Chilean children fed fortified milk provided by the Complementary National Food Program. Nutrition. 2004; 20(2), 177–180.
16. dos Santos, Q., Sichieri, R., Marchioni, D.M. et al. Brazilian pregnant and lactating women do not change their food intake to meet nutritional goals. BMC Pregnancy Childbirth 14, 186 (2014).
17. Heyman MB. Lactose intolerance in infants, children, and adolescents. Pediatrics. 2006; 118(3): 1279–86.
18. Ministério da Saúde. Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas da Alergia à Proteína do Leite de Vaca. Brasília, 2022. Disponível em: https://www.gov.br/conitec/pt-br/midias/consultas/relatorios/2022/20220427_pcdt_aplv_cp_24.pdf
